domingo, 6 de noviembre de 2011

Imaginem

Imaginem!...
Imaginem que todos os gestores públicos das setenta e sete empresas
do Estado decidiam voluntariamente baixar os seus vencimentos e
prémios em dez por cento. Imaginem que decidiam fazer isso
independentemente dos resultados.
Se os resultados fossem bons as reduções contribuíam para a
produtividade. Se fossem maus ajudavam em muito na recuperação.
Imaginem que os gestores públicos optavam por carros dez por cento
mais baratos e que reduziam as suas dotações de combustível em dez por
cento.
Imaginem que as suas despesas de representação diminuíam dez por cento
também. Que retiravam dez por cento ao que debitam regularmente nos
cartões de crédito das empresas.
Imaginem ainda que os carros pagos pelo Estado para funções do Estado
tinham ESTADO escrito na porta.
Imaginem que só eram usados em funções do Estado.
Imaginem que dispensavam dez por cento dos assessores e consultores e
passavam a utilizar a prata da casa para o serviço público.
Imaginem que gastavam dez por cento menos em pacotes de rescisão para
quem trabalha e não se quer reformar.
Imaginem que os gestores públicos do passado, que são os pensionistas
milionários do presente, se inspiravam nisto e aceitavam uma redução
de dez por cento nas suas pensões. Em todas as suas pensões. Eles
acumulam várias. Não era nada de muito dramático. Ainda ficavam,
todos, muito acima dos mil contos por mês.
Imaginem que o faziam, por ética ou por vergonha.
Imaginem que o faziam por consciência.
Imaginem o efeito que isto teria no défice das contas públicas.
Imaginem os postos de trabalho que se mantinham e os que se criavam.
Imaginem os lugares a aumentar nas faculdades, nas escolas, nas
creches e nos lares.
Imaginem este dinheiro a ser usado em tribunais para reduzir dez por
cento o tempo de espera por uma sentença. Ou no posto de saúde para
esperarmos menos dez por cento do tempo por uma consulta ou por uma
operação às cataratas.
Imaginem remédios dez por cento mais baratos.
Imaginem dentistas incluídos no serviço nacional de saúde.
Imaginem a segurança que os municípios podiam comprar com esses dinheiros.
Imaginem uma Polícia dez por cento mais bem paga, dez por cento mais
bem equipada e mais motivada. Imaginem os Oficiais das Polícias,
andarem em transporte próprio, sem serem as do estado , a andarem de
borla nas auto-estradas sem pagar(paga o contribuinte) e o combustivel
que gastam a ir centos e tais Kms, todos os dias. Quantos por cento se
pouparia?
Imaginem as pensões que se podiam actualizar.
Imaginem todo esse dinheiro bem gerido. Imaginem IRC, IRS e IVA a
descerem dez por cento também e a economia a soltar-se à velocidade de
mais dez por cento em fábricas, lojas, ateliers, teatros, cinemas,
estúdios, cafés, restaurantes e jardins.
Imaginem que o inédito acto de gestão de Fernando Pinto, da TAP, de
baixar dez por cento as remunerações do seu Conselho de Administração
nesta altura de crise na TAP, no país e no Mundo é seguido pelas
outras setenta e sete empresas públicas em Portugal.
Imaginem que a histórica decisão de Fernando Pinto de reduzir em dez
por cento os prémios de gestão, independentemente dos resultados serem
bons ou maus, é seguida pelas outras empresas públicas.
Imaginem que é seguida por aquelas que distribuem prémios quando dão prejuízo.
Imaginem que país podíamos ser se o fizéssemos.
Imaginem que país seremos se não o fizermos......

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